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A Perda Iminente do Eu: Quando Buscar Ajuda

Atualizado: 4 de set.

Na imagem uma jovem mulher está sentada numa posição de exaustão frente ao obstáculo da árvore caída no meio da estrada @psimbolom
Na imagem uma jovem mulher está sentada numa posição de exaustão frente ao obstáculo da árvore caída no meio da estrada @psimbolom

Às vezes um sujeito cresce num ambiente tão instável que durante seu desenvolvimento ele passa a se agarrar a ideias de segurança. Buscando tudo o que lhe remeta à estabilidade que falta em sua vida.

Mas pode acontecer de que, ao crescer percorrendo esse caminho que mira à segurança, do sujeito ir perdendo o contato com seu núcleo interno. Em outras palavras: num ambiente muito instável o sujeito pode buscar tanto a tão desejada segurança que imperceptivelmente vai se distanciando da novidade, da aventura. A vida vai ficando toda alinhada, planejada para que não ocorram surpresas.

Mas pela mesma janela em que as surpresas são fechadas escapa a espontaneidade, a criatividade, a alegria de viver. A alma resseca sem os risos, sem a leveza. As vozes da alma vão se calando ao ponto de perder sua linguagem.

A linguagem da alma, assim como a linguagem do inconsciente são os símbolos. Um sujeito assim cindido perde essa linguagem! Seu inconsciente não mais simboliza: não produzem mais sonhos, não cria no sentido criativo; muitas vezes não há sequer conexão com as próprias emoções. E também as memórias vão ficando escassas.

E a culpa é de quem? A bem da verdade isso vem de uma cadeia formada de elos que vêm da convivência com outros sujeitos igualmente inconscientes (gerações delas), com pouca ou nenhuma autoconsciência profunda do ponto de vista do inconsciente. Vivemos numa sociedade que precisa evoluir muito nesse sentido: na compreensão de que o que há de mais importante na vida é a “busca do eu”.

Vivemos numa sociedade que incentiva os ganhos, as conquistas: status, posses, ilusões. Numa cadeia que pouquíssimos têm a coragem que quebrar: são os “loucos” do tarot, por exemplo.

Então os sujeitos que buscam assim essa segurança, de forma tão dirigida. Esses sujeitos que são incansáveis em metodologia, organização, rotina, pode chegar um dia em que finalmente conquistem tudo o que se puseram no encalço.

E justamente nessa fase advém a grande crise: nada mais faz sentido!

O que acontece quando as conquistas de segurança não trazem o sentido para uma vida humana? Vazio, depressão, a falta de vontade de viver. O nada começa a se infiltrar e roubar a pouca vida que restava; então o amanhã começa a ficar incerto porque a esperança começa a faltar.

Existe um arcanuum (segredo) das iniciações das sociedades de mistério, arcano XVII - A Estrela, que fala exatamente disso. Desse momento aonde, no meio de um período onde as “pragas” (doenças, envelhecimento, carências, ganâncias, separatismos, etc.), onde a única coisa que resta é a esperança.

Mas e quando a esperança também apaga? Então esse é o momento exato onde as sirenes de um desastre devem soar: o desastre iminente da “perda do eu”. Esse é o momento onde os terapeutas, psicólogos, psicoterapeutas, psicanalistas, psiquiatras, os chamados “psis” precisam ser chamados. Porque uma vida pode depender disso.

Se você conhece alguém que esteja percorrendo essa trajetória e que os sinais desemboquem no que descrevi nesse texto, por favor, não aguarde o tempo passar. É preciso buscar ajuda e com urgência.

O inconsciente pode tentar proteger o sujeito de sentir ainda mais dor, levando-o a buscar a solução mais radical: acabar com a dor de uma forma definitiva. Nesses momentos a rapidez com se busca ajuda é o que pode salvar uma vida.


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